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by Kamy e a essência do Brasil

by Kamy e a essência do Brasil
9 de abril de 2021

Entender o que está por trás da chamada ‘essência’ brasileira não é um fato novo; trata-se de um objeto de estudo de grandes pensadores e artistas ao longo dos séculos que sucederam a colonização do Brasil.

No plano sociológico e histórico, não podemos deixar de destacar as obras de dois grandes intelectuais, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, certamente responsáveis pelo embasamento de boa parte do que tomamos até hoje como a razão de ser e existir do brasileiro, a identidade deste país.

Freye em Casa-Grande & Senzala (1933) atribui rica importância à miscigenação das etnias na formação desta identidade, ‘mestiça por natureza’. Poucos anos depois, Holanda vai além com seu Raízes do Brasil (1936) ambicionado a cara de um novo Brasil trazendo uma análise minuciosa sobre seu passado, aprofundando-se a tal ponto que o livro já foi reeditado em mais de 30 edições, ganhando ares de ‘almanaque’ sobre a história do país.

Artisticamente não podemos deixar de lembrar da Bossa Nova, gênero musical que exala brasilidade em todo o mundo, e principalmente da quase centenária e vanguardista Semana da Arte Moderna de 1922, quebrando o paradigma eurocêntrico da época para criar um olhar genuinamente nacional sobre diversos campos das artes e do saber.

Realizado entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal da cidade de São Paulo, o evento partiu da mistura diferentes entre culturas e experiências e consagrou as obras dos chamados modernistas, como Tarsila do Amaral©, Oswald e Mário de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti, entre muitos outros expoentes da pintura, escultura, poesia, literatura e música da época.

No campo das artes plásticas, temos de dar especial atenção ao trabalho de Tarsila do Amaral©, sendo um dos nomes mais lembrados quando falamos de modernismo.

O quadro Abaporu© da artista é um clássico da nossa cultura e provavelmente se tornou o maior símbolo daquela geração. O nome possui origem indígena tupi e significa “o homem que come gente”, fazendo uma referência à antropofagia cultural que fincou as bases do chamado Movimento Antropofágico, um desdobramento dos pensamentos emanados pela Semana de 22. O movimento carregava a ideia de deglutir a cultura estrangeira a fim de adaptá-la à nossa realidade.

Para homenagear essa mulher que por certo estava à frente do seu tempo, a by Kamy criou arazzos licenciados fiéis às obras, valorizando a cultura brasileira ao perpetuar em nossa expertise tapeceira essa grande artista.



Projeto de Marta Calasans | Foto: Kadu Lopes


A mistura que faz do Brasil brasileiro

Compartilhamos da ideia de Freyre que a miscigenação de etnias faz do Brasil um país único no que se refere à riqueza cultural, algo muitas vezes subestimados pelos próprios brasileiros – afinal, como Nelson Rodrigues costumava notar em suas crônicas e livros, ainda padecemos do tal ‘complexo de vira-lata’.

A própria by Kamy é prova desta mistura, pois foi criada a partir das vivências de um iraniano e de uma italiana radicados no Brasil, unindo três pontas de tradições completamente diferentes, mas que convergiram em algo que se aproveita e se utiliza um pouco ou o melhor de cada cultura.

A by Kamy não poderia ter surgido em outro país que não o Brasil”, conta Francesca Alzati, diretora da marca. “É justamente essa liberdade brasileira para criar e recombinar tradições em busca do novo que define o nosso trabalho. Este é o nosso DNA. A miscigenação é a nossa bandeira e define o nosso estilo livre, mutante e alegre como é o Brasil”, completa.

A miscigenação não só está no DNA da by Kamy, como reflete também nas diversas produções da marca, como podemos destacar abaixo algumas das nossas maiores colaborações:

Um bom exemplo desta mistura é a nossa parceria com a Yu Li Min, uma artista chinesa da Universidade de Tsinghua. A artista veio ao Brasil diversas vezes e nossa parceria já remonta uma relação de amizade de mais de dez anos.

Yu Li Min se apaixonou pelo Brasil e sua relação com nosso país foi muito além de uma viagem turística para conhecer referências de nosso patrimônio cultural; ela pode ao longo desses anos viver o cotidiano brasileiro, comer de nossa comida e conhecer nossos hábitos.

Nós abrimos os braços para a China e a China abriu os braços para nós”, conta Francesca.


Projeto de João Teles e Breno Lago | Foto: Pedro Ariel Santana


Esse mergulho profundo na cultura brasileira continua sendo o diferencial de seu trabalho. O resultado são verdadeiras obras de arte, que trazem as nuances das cores e formas do nosso território. A essência do Brasil, a brasilidade, vai além das fronteiras, talvez seja uma maneira de olhar o mundo, ou um sonho do qual todos querem viver e experimentar.

Outra parceira da by Kamy que traz a sabedoria do nosso país é a jornalista Zizi Carderari, cujo trabalho de defesa do artesanato tradicional brasileiro é exemplar.

Apesar de não ser especializada em design têxtil, a jornalista especializada em decoração dedica-se a explorar continuamente as técnicas têxteis. Zizi luta há muitos anos pelo resgate do trabalho artesanal, trazendo de volta os antigos acabamentos e texturas que ainda não foram vistos e apreciados por muitos jovens.

A beleza pura está relacionada em cada detalhe, por isso elaborou exclusivamente para a by Kamy mantas e almofadas de design geométrico, confeccionadas pelo grupo Estúdio Avelós com a supervisão de Vera Marques e orientação de Anézia Freire.

Muitos são os nossos parceiros designers que se aventuram em construir e ampliar nosso sentido de brasilidade. Desde nossa empreitada vanguardista de produzir os primeiros tapetes em corda náutica do Brasil, com Sergio J. Matos, até as sensíveis trabalhos de patchwork da inspiradora Neza César.

Diogo Tomazzi com seus desenhos modernistas em Revolution®, Glauco Diogenes com seu tapete Vektorial Amazonia, Plataforma 4 com os tapetes em Revolution® e Tear e banco HD modular, Nicole Tomazi com a criação do tapete Laguna, F Studio com os tapetes Palimpto e Revolution® Polis, Kiko Maldonado com uma grande variedade de tapetes e tapeçarias, Gilvan Samico com os arazzos, Gustavo Jansen com os tapetes Praças do Brasil, entre outros.

Os exemplos são muitos e revelam uma brasilidade diversa e carregada de personalidade, confira você mesmo o trabalho dos nossos designers clicando aqui.

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