ISTOÉ Dinheiro | Dos museus para o chão da sala
Grife de tapetes by Kamy transforma obras de artistas brasileiros consagrados como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral em peças de decoração exclusivas.
OBRAS DE ARTE No portfólio da by Kamy, obras de artistas do passado e do presente se juntam pela valorização da arte nacional. Peças são produzidas com tecidos diversos e por artesãos ao redor do mundo. (Crédito: Divulgação)
A relação do empresário Kamyar Abrarpour com a tapeçaria é geracional. Seu pai, imigrante iraniano, vendia tapetes e deixou os macetes da profissão como legado para o filho, que se aventurou em algumas iniciativas antes de se firmar com a by Kamy, há 36 anos. Com foco no luxo, a empresa produz a maioria de suas peças à mão com tecelões de todas as partes do mundo. A proposta é ter nos tapetes uma verdadeira obra de arte, seja reproduzindo artistas consagrados como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti ou unindo-se a nomes contemporâneos, caso de Regina Silveira. Entrar em uma das seis lojas da grife é como visitar um museu. Tapeçarias imensas se estendem pelas paredes e as criações exclusivas são exibidas no chão. Mas nem é preciso ir até um dos endereços da rede para ter essa experiência. Peças da by Kamy podem ser encontradas nos mais luxuosos hotéis do Brasil, como paulistanos Rosewood e Palácio Tangará, o carioca Fairmont e várias unidades do grupo Fasano. “Como somos uma empresa tradicional e temos histórico, estamos tendo mais oportunidades nessa frente”, disse Abrarpour, que recentemente inaugurou uma loja no novo espaço de decoração do shopping Cidade Jardim, em São Paulo.
Com produção predominantemente manual (cerca de 80% do processo), a empresa confia seus projetos a artesãos especializados não apenas em técnicas como em tecidos distintos, que podem ser algodão, lã, seda ou fibras naturais. Com isso, a by Kamy combina características das culturas tapeceiras indiana, persa e turca. Para a sócia Francesca Alzati, italiana casada com Abrarpour e também designer de tapetes, essa mistura “é um intercâmbio cultural, que bem representa a história da empresa”.
1 de 2 EXPANSÃO Nova loja da by Kamy fica localizada no Shopping Cidade Jardim. Kamyar Abrarpour (esq.) e Francesca Alzati comandam a operação da empresa.
Foto: Kamy
Foto: Divulgação
SUSTENTABILIDADE Além do cuidado com o design e com a qualidade do que produz, o casal de proprietários entendeu que é preciso ser sustentável. Para isso, criou a by Kamy Verde, uma linha que tem fábrica própria onde toda a produção reaproveita materiais. Com ela são feitas peças únicas que combinam texturas e tecidos em estilos e formatos que fogem do óbvio. Ela se soma à by Kamy Home, divisão dedicada a itens de decoração e mobiliário. As peças são importadas de diversas partes do mundo e no Brasil. Os itens oferecidos vão de capas de almofadas com desenho autoral até móveis como cadeiras e pufes que complementam o estilo de vida característico da grife.
Paralelamente às novas frentes de negócio, a empresa segue abrindo pontos de venda e buscando o que os proprietários chamam de “novas tribos”. Um exemplo é o mercado corporativo. Segundo o fundador, as vendas para hotéis já representam 15% do faturamento e há boas perspectivas de crescimento com diversos projetos em execução. Outra estratégia importante é a internacionalização da empresa. A by Kami já vende para clientes estrangeiros e vem fortalecendo sua participação no Salão do Móvel de Milão, o mais importante do segmento. Este ano, o evento será realizado entre os dias 18 e 23 de abril e a grife brasileira de tapetes estará presente pela terceira vez consecutiva, mais uma vez com a proposta de levar para o mundo elementos das artes visuais do País na forma de tapeçarias.
Com uma atuação diversa e a proposta de trazer mais valor para os tapetes, a by Kamy quer se manter na vanguarda. O objetivo é sempre criar algo novo e com um significado que dure por mais tempo que tendências. Prova disso é que a produção de uma peça pode levar até dois anos desde o desenho até a comercialização do produto. Segundo Francesca Alzati, essa é a diferença entre a moda e o design de interiores. “Eles até andaram juntos, mas o design de interiores é mais duradouro”, afirmou.
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