O PODER DOS TONS TERROSOS
A natureza tem um papel fundamental no nosso bem-estar. E suas cores também: o azul do mar, o marrom da terra, o verde das árvores. Tudo que remete a ela nos traz conforto. Mas só de uns anos para cá é que ela, de fato, passou a ocupar um espaço de destaque na decoração das casas. A prova desta evolução está em todas as partes. Seja como base de matéria-prima para a fabricação de produtos sustentáveis ou como inspiração estética, com suas variações de cores e texturas. Nunca sentimos tanta necessidade das qualidades reconfortantes de tudo aquilo que é natural. Não à toa, nosso primeiro impulso é tentar suprir essas necessidades dentro de casa. Pode ser por meio de plantinhas, da madeira, de pedras, metais, ou espalhando suas cores pelo ambiente.
E um dos maiores aliados para favorecer a conexão com o natural são os tons terrosos. Fica até fácil entender o sucesso dessas cores. Para começar, elas são abrangentes e englobam desde o verde musgo, o marrom, marsala, o caramelo, areia, cáqui, mostarda, o bege, os tons rosados, e todos aqueles que remetem ao orgânico, ou seja, vêm da terra e, por si só, transmitem equilíbrio, sossego e naturalidade.
Projeto de Beloto e Hélio Anselmo | Foto: KL Fotografia
Outro ponto positivo é a familiaridade que temos com essas cores em tons terrosos. Elas estão presentes há muito tempo em nossas vidas. O marrom, por exemplo, é facilmente encontrado na natureza, desde quando somos crianças, nas nossas primeiras investidas artísticas com argila. E isso porque o seu uso é ancestral. O marrom tem sido usado na arte desde os tempos pré-históricos. Pinturas usando umber, um pigmento de argila natural, foram datadas a 40.000 a.C. Já os gregos e romanos antigos produziam uma cor marrom-avermelhada, chamada sépia, feita da tinta de uma variedade de chocolate. Esta coloração foi usada por Leonardo da Vinci, Raphael e outros artistas durante o Renascimento – e é utilizada por artistas até os dias de hoje.
Projeto de Ivã Guimarães na Mostra Beach&Country 2017
Com tanto potencial assim, dá para entender o motivo dessa paleta natural mais sóbria também ter ido parar na decoração. Além de suprir a necessidade de conexão com a vida, elas são perfeitas para criar um clima de descanso e tranquilidade com sua atmosfera neutra e menos sobrecarregada. Sem falar que elas combinam com ambientes de estilo rústico e vintage, chegando ao aclamado escandinavo.
Por isso, investir em tons terrosos na decoração é apostar em ambientes mais suaves. E dá para ser criativo. Além das cores, você pode optar por tapetes com fibra natural, móveis de madeira maciça sustentável, peças em couro, flores e folhagens, e tudo aquilo que remete à mãe natureza. Isso porque as qualidades dos tons terrosos podem estar presentes na textura, nos tecidos, nos móveis, nos pisos ou ainda nas paredes do ambiente. Ou seja: em toda a casa!
Projeto de Felipe de Almeida | Foto: Evelyn Müller
Se você deseja incluir a paleta no cômodo todo, você pode combinar tons mais suaves nas paredes, e deixar os mais quentes para os detalhes, ou vice-versa, de forma que deixe o ambiente em equilíbrio. Agora, se você quer ousar, invista no mesmo tom para a parede e os móveis, e quebre com cores suaves em outros itens. Por exemplo, aposte em um mesmo tom para uma parede e móveis, e escolha bege e um outro neutro para cortinas, tapetes. A combinação cria também impacto visual.
Projeto de Idália Daudt | Foto: Salvadore Busacca
Mas sempre é bom tomar cuidado para não correr o risco de deixar o cômodo escuro usando essa paleta mais sóbria. Uma dica é, além de mesclar com tons mais claros, aplicar os terrosos em ambientes com boa iluminação natural e aproveitar ao máximo o belo efeito que a luz traz.
Projeto de Arkitetar Interiores | Foto: Vitor Mazon
E se você ainda não se sente totalmente seguro para criar um ambiente só nesses tons, pode começar usando aos poucos. Um belo tapete areia, ou uma passadeira cáqui, ou quem sabe uma tapeçaria caramelo? Todos eles podem fazer bonito em qualquer cantinho da casa.
Projeto de Tikkanen Arquitetura | Foto: Carol Coelho
Quer saber mais? Então assista o vídeo: https://www.instagram.com/p/CE-QKOlh3O6/
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