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Tapetes persas: preciosidade milenar!

Tapetes persas: preciosidade milenar!
16 de dezembro de 2021

Os tapetes são tão antigos quanto a humanidade porque tecer, sobretudo nos primórdios, ainda é uma forma poderosa de se expressar pela arte, entrelaçando sentimentos, hábitos, histórias e culturas de um povo, de uma região, de um país.

A arte de tecer tapetes teve início com os persas e os orientais, que nunca viram nesta peça uma simples forração do piso ou apenas mais uma peça no décor. Bastam um tapete e algumas almofadas (que também eram feitas de tapete) para que ali se torne o local ideal para comer, beber, conversar e rezar.

É uma tradição ser recebido nas casas do Oriente sobre esses tapetes, geralmente servidos de chá – tal como o café aqui no Ocidente. Mas diferente do café, que costuma acabar num gole, um chá sobre o tapete persa – sem mesas ou bandejas – é pensado como uma ocasião que vai se alongar dada a relevância do momento.

É tão sagrado estar sobre o tapete persa que no próprio desenho, a partir de bordas e medalhões, os antigos artesões acreditavam que se tratava de um caminho para o céu, tramas que conectam corpo e mente, matéria e espiritualidade.

Não à toa esse tipo de tapete é essencial no islamismo, justamente por proporcionar materialmente uma conexão representativa com a fé e o divino, onde quer que a pessoa esteja, os tapetes são estendidos em direção à cidade sagrada Meca, quando chega a hora da reza.

Diferenças entre tapetes persas e orientais

Embora sejam, muitas vezes, tidos como sinônimos, tapetes persas e orientais são diferentes tanto em termos de origem quanto de técnicas de tecitura. Conhecer essa diferença vai lhe ajudar a se aprofundar nas características de cada modelo e se apaixonar pelo que cada um oferece!

O tapete persa é um tapete iraniano feito à mão. A referência ao Irã se justifica pelo fato deste país, hoje, ocupar a maior parte do então território da Antiga Pérsia. É um tapete muito particular dessa região em termos de técnicas de tecitura e o design dos medalhões, bordas e franjas. Um tapete Nain Habibian é um exemplo de tapete persa.

Projeto de Ana Lucia Salama e Gerson Dutra de Sá | Foto: Marcio Souza


Cada cidade da Antiga Pérsia tinha uma característica de tecitura, de design e de estilo de tecer, dando origem a diferentes tipos de peças. Elas carregam consigo o nome dessas cidades até hoje: Heriz, Hamadan, Isfahan, Nain, Tabriz, Kaskhai, Shiraz, Kirman, Karaje, Ardebil, Malayer, Yazd, Meshed, entre outros.

Já o tapete oriental é como nos referimos a todos os tapetes feitos no Oriente (caucasianos, nepalês, indiano, paquistanês, chinês, turco etc.) a partir de uma mesma técnica. O tapete Ziegler (Paquistão) ou um tapete Aloe (Nepal) são exemplos de tapetes orientais. É um tipo de tecitura que, mantida a técnica, permite a introdução de desenhos mais contemporâneos.

Projeto de Carina Pederzoli e Rodrigo Arantes na Mostra Morar Mais por Menos 2019 | Foto: Kadu Lopes


Preciosidade milenar

A produção de tapetes persas ainda é realizada em cidades históricas, cuja técnica compreende movimentos sofisticados e rápidos tão difíceis de reproduzir que tornam a região praticamente a única fonte desse material para exportação ao restante do mundo.

Essas peças contam a história de tribos e a evolução de uma história rica em cultura e talento. Os fios são entrelaçados com atenção máxima em peças que podem demorar mais de 12 meses para ficarem prontas, fator que depende desde o tipo de desenho até tamanho da peça. No passado, os tapetes persas eram usados por tribos nômades como meio de proteção do frio e também como decoração da tenda. Com o decorrer da história, adquiriram o status de obra de arte – não à toa existem pessoas que possuem receio de usá-los no chão e preferem usá-los tal como quadros na parede.

É possível encontrar tapetes persa produzidos com lã, algodão e com materiais mais nobres como seda. Os desenhos dos persas variam muito ao longo da história assim como as muitas mudanças históricas, religiosas e políticas do Irã, mas de forma geral, podemos encontrar a presença de desenhos geométricos, medalhões e flores. As versões mais clássicas dos persas, inclui um mix das cores vermelho, bege e azul.

Projeto de Darson Ribeiro no Teatro D | Foto: Emerson Alves


Tapetes tribais e de cidade

Pode-se também dividir os persas entre tapetes tribais e de cidade. Nos tribais, encontramos pontos mais finos além de tons avermelhados e outras cores ligadas a natureza, assim como seus desenhos.

Esses tapetes faziam parte do cotidiano nômade, como parte importante de suas casas, sendo deslocados junto com seus grupos, o que os tornava sagrados, era a única parte da casa que permanecia junto a esses deslocamentos. Cada tribo inseria naquelas peças características de sua vivência.

Projeto de Lisandro Piloni | Foto: Alessandro Guimarães

Outra característica que diferencia os tapetes tribais dos da cidade é o tamanho. Os de origem nômade são sempre menores, pois o carregamento nos deslocamentos exigia deles medidas mais apropriadas para isso, além do peso ser um fator que atrapalha.

É uma peça que necessariamente precisava ser multifuncional em vários sentidos, indo além do tapete, mas também em outras representações têxteis, pois era uma das poucas coisas que podiam carregar para todo lugar para sobreviver.

Já os tapetes de cidade são desenvolvidos em grandes galpões justamente para atender uma demanda mais fina e requintada, numa época mais distante para os grandes palácios da nobreza de vários países e hoje para as classes mais ricas.

Projeto de Felipe de Almeida | Foto: Evelyn Muller


Os tapetes persas na atualidade

O que fica nos tapetes contemporâneos é a tradição da tecitura. Uma grande parte dos tapetes contemporâneos são considerados persas, não pelo desenho, mas sim pela matéria-prima e, principalmente, pela técnica de tecitura.

Ao resistir às mudanças impostas pelo correr do relógio, cada tapete persa carrega em suas tramas histórias e vivências de povos, culturas, idiomas, técnicas e hábitos que provavelmente estariam perdidos se não fossem tecidos por alguém em algum lugar – e a by Kamy se orgulha de ser uma das responsáveis no mundo por manter viva essa tradição.

Por carregar toda essa bagagem histórica e cultural, muitas pessoas ainda têm receio de utilizar uma peça tão preciosa como essas imaginando que estariam apostando numa peça que supostamente ‘envelheceria’ o décor.

Esse é um grande mito porque os tapetes persas, na verdade, são atemporais – símbolos eternos de sofisticação, caso contrário, não seriam utilizados até hoje em mansões, palácios e castelos da nobreza, além de sedes de governo, por exemplo.

Projeto de Marcelo Salum na CASACOR 2018 | Foto: Kadu Lopes

O que vai determinar o encaixe de um tapete persa é o estilo de decoração e a sua personalidade. Você pode usá-lo perfeitamente em propostas mais clássicas até em projetos mais joviais, no estilo industrial, caminhando junto com uma estética mais hippie/boho chic.

Quem se apaixonada pelo visual dos persas, mas prefere não investir em um tapete também pode encontrar essa tecitura em diferentes objetos e acessórios, muito úteis e práticos no dia a dia, como peso de porta, puffs forrados, almofadões, porta copos, jogins, entre outros.

Outra maneira de utilizar tapetes persas na atualidade é apostar nas sobreposições com outros tapetes de forma a ‘emoldurar’ o persa, uma maneira prática de aproveitar inclusive aquela peça persa que você já tem há anos, mas não sabia mais como inovar.

Projeto de Paulo Evangelista na Mostra ROTA DO VINHO D&D 2021 | Foto: Emerson Alves

Outra dica para quem já tem um tapete persa que precisa de cuidados é contar com os serviços de reparos e ajustes exclusivo da by Kamy, o Rug Care. Confira nosso portfólio de serviços clicando aqui.


Tem como não se apaixonar pelas histórias e o visual dos tapetes persas? Vale conferir esta seleção de tapetes persas que preparamos com muito carinho: veja quais se encaixam com o seu estilo de casa e de vida nesta página.

Você também não pode deixar de conferir todo o conteúdo que produzimos no @bykamy nesta semana dedicada aos tapetes persas! Tem foto, vídeo, reels, stories e um IGTV cheio de dicas sobre tapetes no domingo (19)! Não percam!

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