Persa nunca sai de moda
É impossível falar sobre tapetes sem falar sobre persas. São quase sinônimos, tamanha importância e contribuição dessa cultura para o que hoje conhecemos como tapete.
Quando falamos em tapete persa estamos nos referindo, especificamente, ao tapete iraniano feito à mão. É um modelo muito particular dessa região em termos de técnicas de tecitura e o design dos medalhões, bordas e franjas.
Tapete Bakhshayesh Antigo | Projeto: Douglas Aguilar Arquitetura | Foto: Fabiula Tenório
Ainda há muita confusão entre tapetes persas e tapetes orientais. Embora geograficamente estejam localizados na porção oriental do planeta, há diferenças significativas tecnicamente.
Usa-se a designação “oriental” para tapetes para se referir a todos os tapetes feitos no Oriente (caucasianos, nepalês, indiano, paquistanês, chinês, turco etc.) a partir de uma mesma técnica. É um tipo de tecitura que, mantida a técnica, permite a introdução de desenhos mais contemporâneos.
A singularidade dos persas é o que justifica essa distinção, já que existe uma arte de tecitura muito valiosa no Irã desde que a maior parte desse atual país formava o que, na Antiguidade, era o reino da Pérsia.
Sua produção ainda é realizada em cidades históricas, cuja técnica compreende movimentos sofisticados e rápidos tão difíceis de reproduzir que tornam a região praticamente a única fonte desse material para exportação ao restante do mundo. É bastante comum, inclusive, que essas cidades sejam citadas no nome das peças, de modo a identificar claramente a região do Irã em que foram feitas.
Seus desenhos, brasões e cores contam a história de tribos e a evolução de uma trajetória rica em cultura e talento. Os fios são entrelaçados com atenção máxima em peças que podem demorar mais de 12 meses para ficarem prontas, fator que depende desde o tipo de desenho até tamanho da peça.
Tapete Bouhhara A | Projeto: Hotel Villa 21 Trancoso (Bahia) | Foto: Studio by Kamy
No passado, os tapetes persas eram usados por tribos nômades como meio de proteção do frio e com o decorrer da história, adquiriram o status de nobreza e obra de arte. Na época medieval, os tapetes persas podiam ser encontrados nos grandes castelos, refletindo toda a nobreza e riqueza desse período, refletindo as artes e costumes da realeza do período.
Importantes de tal forma que se guardavam tapetes em baús como um ‘enxoval’ ou dote das noivas nos casamentos, representando um patrimônio como ponto de partida para a vida a dois.
É possível encontrar tapetes persa produzidos com lã, algodão e com materiais mais nobres como seda. Os desenhos dos persas variam muito ao longo da história assim como as muitas mudanças históricas, religiosas e políticas do Irã.
De forma geral, podemos encontrar a presença de desenhos geométricos, medalhões e flores. As versões mais clássicas dos persas costumam mesclar as cores vermelho, bege e azul.
Passadeira Hamadan N | Decoração: Tais Puntel | Foto: Instagram Tais Puntel
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Tapete persa no décor contemporâneo: é possível?
Infelizmente, muita gente tem algum tipo de receio – ou até mesmo preconceito – de usar um tapete persa para decorar a casa, alegando que utilizá-lo nos dias de hoje pode dar a sensação de que vão deixar a casa “velha”, antiquada.
Por tudo que falamos acima, descartar um tapete persa sem o mínimo de consideração é um grande desperdício. Essa peça não resistiu a milênios de provações e é admirada por entusiastas do décor até hoje sem ter mérito algum.
Para provar que os persas ainda estão com tudo, o projeto de decoração da nossa loja Maison em novembro é exemplar. Assinada pelo arquiteto Felipe de Almeida, ela quebra vários dos estigmas associados aos persas desde a vitrine.
Quem observa a loja de fora se depara com um majestoso tapete persa posicionado na vertical em uma sala de estar vista de cima, de modo a deixar evidente o papel desse tapete como protagonista do espaço.
Dentro da loja, tapetes, passadeiras e pufes forrados se harmonizam com os elementos de décor mais contemporâneo, além da associação com a arte por meio de arazzos de Di Cavalcanti suspensos.
Bateu a curiosidade para ver em detalhes essa proposta de decoração utilizando tapetes persas criada por Felipe de Almeida? Então confira mais cliques abaixo e muito mais inspirações no @bykamy!
Esperamos você na by Kamy Maison:
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1147, Jardim América, São Paulo-SP
Segunda à sexta: 10h – 19h
Sábado: 10h – 15h
(11) 3081-1266
