Degradê: o mundo mágico das cores
Tudo pode ficar diferente a qualquer momento, mas é difícil negar que precisamos das cores para viver mais e melhor, independente de como elas se apresentam para nós. Elas preenchem a vida de propósito, uma imensidão de detalhes que certamente passariam despercebidos se não pudéssemos vê-los coloridos.
A natureza é rica em cor, não à toa nos referimos à fauna e à flora como ricas expressões naturais das cores, cenas que inspiraram a vasta produção artística e de conhecimento que vem guiando a humanidade desde o princípio.
Este exemplo natural nos ensinou a não nos limitarmos a uma aplicação sólida das cores e o degradê é uma das alternativas mais interessantes para fazer isso. Palavra de origem francesa (dégradé), trata-se da técnica de sequências de tonalidades de diferentes intensidades, criando um gradiente suave, tranquilo e harmônico entre uma ou mais cores.
Após décadas de influência psicodélica, acreditava-se que era preciso se afastar um pouco do excesso de cores e gradientes em busca de uma suposta sobriedade. Percebeu-se, porém, que esse uso vai além do que se pensava ser simples rebeldia: as cores conectam corpo e espírito e, a partir delas, conquistamos mentes e corações. Basta notar como marcas gigantes como o Instagram e muitas outras passaram a usar o degradê como base de seus logos, sem contar as inúmeras inspirações para a arte, moda, decoração, entre outros.
O degradê geralmente parte de uma cor intensa, sequenciada necessariamente por tons mais suaves até a sua "evaporação“. É uma passagem ou caminho suave de uma cor para outra ou por ela mesma, podendo ser:
• De uma mesma cor, que vai do tom claro para o tom escuro; neste caso, o ponto chave é a luminosidade
• De uma cor para a outra, é possível criar esse caminho usando cores diferentes no início e no fim, entrelaçando-as no meio
• Uma sequência gradual de cores, como é o arco íris ou uma caixa de lápis de cor
Projeto na F.Hits | Foto: Emerson Alves
Séculos antes, o mestre Leonardo da Vinci já praticava em desenhos e pinturas o Esfumaçado, uma técnica italiana originalmente chamada sfumato: uma derivação de sfumare, que significa “de tom baixo” ou “evaporar com fumaça”.
Por meio de uma série de camadas de tinta que davam um efeito de esfumaçado até chegar ao contorno, delimitando-os com a mudança gradual das cores, da Vinci e muitos outros colegas conseguiram deixar riscos e pinceladas praticamente imperceptíveis – sendo esta uma das várias belezas que podemos observar numa obra como a Mona Lisa.
A técnica era muito utilizada sobretudo durante o Renascentismo, período da história europeia entre meados do século XIV e o final do século XVI em que muitas das suas referências artísticas, filosóficas e científicas são parâmetros até hoje para a humanidade. As obras desse período não tinham contornos rígido, não eram delimitadas. Se investia na técnica de usar o contraste entre luz e sombra. O sfumato representa a metafisica da luz sobre um corpo.
Até hoje não se sabe se quem entre degradê ou esfumaçado surgiu primeiro, mas sorte a nossa que podemos escolher entre as duas sem necessariamente existir uma melhor e desfrutar de ambas sem peso na consciência!
Degradê também está presente nos tapetes
Para tecer nossos produtos, nós da by Kamy mergulhamos nas nossas amostras de cores onde as nuances abundam e aparentemente são muito parecidas, mas cada uma gera um produto diferente.
É preciso ter sensibilidade aguçada para escolher cada cor e quais delas formarão as combinações desejadas. É preciso respeitar que cada cor possui uma história, importância e significados, especialmente quando falamos em tecitura, tramas, fios e não em pincel e tinta!
Projeto de Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli na CASACOR 2015 | Foto: Kadu Lopes
A transição entre as tonalidades deve ser muito suave, caso contrário, o risco aparente pode comprometer todo o trabalho (como da Vinci já nos indicava ao fazer questão de aplicar o sfumato em suas obras em busca da perfeição).
Projeto de Cacau Ribeiro | Foto: Ligia Sponchiado
Parece em tese uma premissa fácil de se cumprir; pelo contrário, é ainda mais difícil na tecitura, pois isso requer, tal qual um artista plástico, muita destreza, sensibilidade e precisão por parte do tecelão. Um bom trabalho na tecitura faz com que a peça se torne única e preciosa!
Projeto de Rafael Zalc | Foto: Romulo Fialdini
A by Kamy tem uma vasta coleção de tapetes degradê que você pode conferir aqui!
Ainda sobre o tema, nossa diretora de identidade, Francesca Alzati, gravou um IGTV especial sobre as técnicas de nuances, degradê, gradientes e sfumato, apresentando o universo de possibilidades que as cores nos oferecem em tapetes e na vida – o vídeo vai ao ar neste domingo (30) no Instagram da by Kamy (@bykamy).