Tapetes e cenários urbanos: esta cidade também é sua!
Caminhar pelas ruas e avenidas de uma megalópole como São Paulo pode nos causar a sensação de que as cidades como as conhecemos sempre foram assim e assim ficarão por um longo tempo.
Uma sensação honesta, mas falha, dada a constatação que as cidades nada mais são do que a “materialização” em concreto, aço e vidro de sociedades em constante transformação, de uma forma totalmente singular, assimétrica, desigual, caótica, diversa, plural.
O caos, contudo, mais nos afastou do que nos aproximou nas cidades, sobretudo no que se refere a ocupar e desfrutar dos espaços públicos, pertencer e se sentir parte de algo maior.
Recolhidos em nossas casas enquanto refúgios, não mais olhamos para as cidades como uma extensão dos nossos lares, mas sim um gigantesco espaço de passagem, transitório, efêmero, vazio em valor e propósito.
Não por acaso, os centros das grandes cidades e um inestimável patrimônio artístico, cultural e histórico definham a céu aberto, à espera de olhares mais atentos e minimamente mais interessados.
Acreditamos que o design e a arte como um todo podem devolver às cidades a atenção que elas merecem. A começar por obras que resgatem o nosso zelo e o nosso interesse em aprender o passado para transformar o presente e preparar caminhos para o futuro.
Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Niobe Xandó foram alguns dos artistas que puderam brilhantemente interpretar o contexto urbano de suas vivências e é curioso notar como as paisagens, as figuras, as personagens, tudo que retratado, em certa medida, segue atual sob diversas perspectivas.
Sensibilizar-se a partir de obras como esta é fundamental para apreender o novo desafio que recai sobre as cidades, justamente o de agregar cada vez mais pessoas diferentes, mas que, em tese, desejam o mesmo: uma vida melhor e mais digna.
Interpretar como as cidades são ou poderiam ser não é para amadores, e é com satisfação que enxergamos no trabalho de designers como Gustavo Jansen e Ricardo Abreu expressões singulares sobre os espaços urbanos.
Gustavo sensivelmente captou o poder simbólico das praças, de espaços públicos salpicados de um verde geralmente em falta nas cidades, chamando a nossa atenção não para a necessidade de expandi-las, mas preservá-las e, fundamentalmente, ocupá-las.
Tapeçarias Nylon Design Praças do Brasil Paisagens Urbanas 2 e 3 | Projeto: Gustavo Jansen na CASACOR 2017 | Fotos: Studio by Kamy
Tapeçarias Paisagens Urbanas 1 BKV e 3 BKV | Projeto: Gustavo Jansen no HOTEL PONTA DO CURRAL (Bahia) | Fotos: Studio by Kamy
Isso também se reflete na coleção de tapetes e tapeçarias Urbano assinada por Ricardo, exposta na última CASACOR São Paulo, interpretando três aparelhos públicos da urbe paulistana de uma maneira elementar, colorida, enxergando ali cores e relevos que poderiam devolver o brilho a estes espaços.
Tapeçaria Urbano Nova Paulista BKV, Tapete Tapeçaria Urbano Marginal BKV e Tapete Tapeçaria Urbano Minhocão BKV | Projeto: Ricardo Abreu na CASACOR 2022 | Fotos: Studio by Kamy
As cidades também são ricas em formas, desenhos, cores, texturas, relevos e materiais diferentes sobrepostos de tal forma que não seria um exagero dizer que estamos diante de um “moodboard” vivo e pujante a cada esquina que nos deparamos.
Devidamente transpostas para o plano do design têxtil, essas infinitas fontes de inspiração resultam em tapetes que nos conectam ao ambiente externo de uma forma singela, expressiva, engajadora.
Quanto mais nos inspiráramos na arte urbana, mais precisaremos dos centros urbanos e maior zelo nutriremos por ele. É hora de (re)ocupar estes espaços e devolver a eles o grande propósito das cidades: convergir valores em prol do bem comum. A hora é agora!
Na vitrine especial desta semana, selecionamos as peças da by Kamy que melhor captam a atmosfera das ruas, entrelaçando desenhos, cores e histórias por meio das nossas tramas! Clique aqui e confira!